Farol Santander São Paulo estreia a exposição “Uma Viagem ao Mundo dos Brinquedos” e revisita décadas de nostalgia

Uma imersão na memória afetiva da infância brasileira

O Farol Santander São Paulo inaugura sua temporada de férias com a mostra “Uma Viagem ao Mundo dos Brinquedos”, uma ampla retrospectiva da indústria brasileira de brinquedos entre os anos 1940 e 1980. Com mais de mil peças, entre bonecas, jogos, carrinhos, autoramas, robôs e mobiliários de época, a exposição ocupa o 22º andar do edifício ícone do Centro Histórico e estará aberta ao público de 28 de novembro de 2025 a 1º de março de 2026.

Com curadoria de Gandhy Piorski e acervo da pesquisadora e colecionadora Ana Caldatto, a mostra reforça o papel do brinquedo como memória, cultura e expressão social, convidando visitantes de todas as idades a revisitar suas próprias infâncias.

O brincar como linguagem cultural

A curadoria destaca o brinquedo como um reflexo do seu tempo , influenciado por transformações sociais, tecnológicas e comportamentais ao longo de quatro décadas.
“Brincar é uma lavoura imaginária, onde a criança planta as sementes de si”, afirma Piorski, reforçando como cada objeto exposto traz marcas de usos, sonhos e contextos que moldaram gerações no Brasil. Os visitantes encontram desde bonecas emblemáticas, como a Susi (lançada em 1966), até estruturas clássicas como o Forte Apache Casablanca, sucesso entre as décadas de 1960 e 1970.

Três núcleos para explorar a evolução do brinquedo no Brasil

1. O nascimento da indústria e os primeiros imaginários (1940–1960)

Peças que dialogam com o cotidiano doméstico e os papéis culturais da época. Entre os destaques:

• Bonecas de pano, borracha e baquelite

• Brinquedos de lata litografada

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• Soldadinhos de chumbo

• Miniaturas de utensílios

• A primeira boneca Emília, vendida exclusivamente na Mesbla

A influência da corrida espacial, da Guerra Fria e dos primeiros filmes de espionagem também está presente no design e no propósito de muitos brinquedos do período.

2. Brincar como invenção e descoberta (1960–1970)

O núcleo exibe brinquedos que estimulavam a curiosidade científica e a criatividade:

• Microscópios, kits de química e jogos elétricos

• Máquinas de costura e conjuntos de engenharia

• Robôs produzidos no Brasil

• A primeira Susi Olhos Pintados, precursora das fashion dolls nacionais

• Miniaturas raras, como o Postinho Esso em madeira

É o momento em que o brinquedo se aproxima da ciência e da experimentação.

3. Popularização do plástico, cultura pop e vida nas ruas (1970–1980)

Com o avanço da produção industrial, o brincar se espalha pelo país e pelas ruas. Entre os ícones expostos:

• Autoramas, bicicletas e skates

• Figurinhas, jogos de botão e bonecas de papel

• Walk talks e brinquedos eletrônicos

• Os primeiros videogames brasileiros, como o Telejogo Philco

• A primeira Barbie fabricada no Brasil, em 1982

• Carrinhos automatizados por pilhas e mecanismos internos

É uma década de explosão criativa, marcada também pela influência da cultura pop.

O acervo de Ana Caldatto: quatro décadas de pesquisa e preservação

A mostra apresenta parte do imenso acervo reunido por Ana Caldatto, referência no estudo da história dos brinquedos brasileiros.
Com mais de 40 anos de pesquisa, sua coleção reúne peças dos anos 1920 aos dias atuais, com destaque para brinquedos das décadas de 1960, 70 e 80  período de democratização do plástico e expansão da indústria nacional. “Sou uma colecionadora de emoções”, resume Ana, reforçando o vínculo afetivo e histórico que cada peça carrega.

Serviço – Exposição “Uma Viagem ao Mundo dos Brinquedos”

Período: 28 de novembro de 2025 a 1º de março de 2026
Local: Farol Santander São Paulo – Galeria do 22º andar
Endereço: Rua João Brícola, 24 – Centro, São Paulo/SP
Funcionamento: Terça a domingo, das 9h às 20h
Ingressos: R$ 45 (inteira) / R$ 22,50 (meia)
Vendas: farolsantandersaopaulo.com.br e bilheteria local